Terrorismo silencioso

“Há fome de humanidade entre nós. Por sorte, somos um povo que ainda é capaz de sentir, mudar, impedir que o desastre se consuma, o suicídio social.”
(Herbert de Souza, o Betinho)
Charlie Hebdo. Este é o assunto recorrente desde a virada do ano. Em Paris, quase quatro milhões de pessoas saíram às ruas para protestar, naquela que é considerada a maior manifestação da história da França. Chefes de Estado de cerca de 50 países estiveram presentes neste ato. A imprensa de todo o mundo tem promovido ampla cobertura dos fatos e a primeira edição do jornal satírico após o ataque ocorrido em 7 de janeiro atingiu a marca de cinco milhões de exemplares, mais de 80 vezes a circulação convencional de 60 mil.

Há uma comoção popular e mundial, justificável porque qualquer ato de violência deve ser repudiado. Dentro deste contexto, poderíamos debater os limites da liberdade de expressão quando uma religião é insultada, como foi o caso, ou analisar as reações desmedidas do público, notadamente nas mídias sociais, generalizando sua indignação com uso de expressões como “negro sujo” ou “árabes imundos”. Entretanto, gostaria de promover uma reflexão sobre outros tipos de terrorismo que nos rodeiam e contra os quais pouco tem sido feito.

No Brasil, por exemplo, mais de 40 mil pessoas morrem todos os anos em acidentes de trânsito, enquanto outros 170 mil são feridos, segundo o Ministério da Saúde. Somos o quarto país no mundo, entre 183 nações, em número absoluto de óbitos no trânsito, perdendo apenas para China, Índia e Nigéria. Trata-se de uma autêntica guerra civil que para ser remediada depende de investimentos em infraestrutura e em educação. Mas você já viu alguma manifestação exigindo: transporte público de qualidade para reduzir o fluxo de automóveis; manutenção e sinalização adequadas de ruas, estradas e calçadas; disciplinas no ensino médio orientando os jovens sobre como se portar no trânsito? Na verdade, o que vemos são medidas paliativas como a implantação de uma indústria de radares, preocupada em obter arrecadação com multas em lugar de prevenir acidentes.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 805 milhões de pessoas no mundo não se alimentam em quantidade suficiente para serem saudáveis, sendo que uma em cada nove pessoas vai dormir com fome todos os dias. A Inter-agency Group for Child Mortality Estimation (IGME) estima que apenas US$ 0,25 por dia seriam suficientes para garantir a uma criança acesso a todos os nutrientes e vitaminas necessários ao crescimento saudável. Mas enquanto guerras e corrupção grassam pelo planeta, quantas são as manifestações efetivas – e não conduzidas por grupos temáticos e pontuais – que observamos e são divulgadas pela mídia com intuito de mitigar fatos como estes?

Como tantos outros, guardo luto pelas famílias das vítimas do Charlie Hebdo. Mas há um terrorismo silencioso, constante e disseminado em nossa sociedade que carece de maior atenção, divulgação e ação. E as vítimas também são Charlie.

Tom_Coelho

Aplicando 5S na vida pessoal

 

 por Tom Coelho

“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,

a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustăo.
Doze meses dăo para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovaçăo e tudo começa outra vez,

com outro número e outra vontade de acreditar,

que daqui para diante vai ser diferente.”

(Carlos Drummond de Andrade)

 

 

Agora que você já fez a famosa contagem regressiva, bebeu champanhe, cumprimentou amigos e familiares, fez ótimas refeições e dormiu bastante, bem-vindo de volta ao cotidiano.

 

Para algumas pessoas, não passou de um dia como outro qualquer, uma passeadinha a mais dos ponteiros nos relógios, exceção feita a uma mesa mais farta e ao final de semana prolongado.

 

Todavia, prefiro seguir Drummond, aproveitando a magia do momento para refletir sobre os últimos 12 meses, repensar sobre os objetivos e metas traçadas, e recomeçar a luta e a caminhada.

 

Em Administração, utilizamos um expediente importado lá do Oriente, mais precisamente do Japão pós-guerra, chamado de “5S”. Este nome provém de cinco palavras japonesas iniciadas pela letra “s”: Seiri, Seiton, Seisou, Seiketsu e Shitsuke.

 

Os cinco sensos constituem um sistema fundamental para harmonizar os subsistemas produtivo-pessoal-comportamental, constituindo-se na base para uma rotina diária eficiente.

 

Praticar os 5S significa:

 

  • Seiri (senso de utilização): separar as coisas necessárias das desnecessárias;
  • Seiton (senso de organização): ordenar e identificar as coisas, facilitando encontrá-las quando desejado;
  • Seisou (senso de zelo): criar e manter um ambiente físico agradável;
  • Seiketsu (senso de higiene): cuidar da saúde física, mental e emocional de forma preventiva;
  • Shitsuke (senso de disciplina): manter os resultados obtidos através da repetição e da prática.

 

A aplicação dos 5S em uma empresa, em especial do setor industrial, deve ser efetuada com critérios, inclusive com supervisão técnica dependendo do porte da companhia. Mas meu convite, neste instante, é para você praticar os 5S em sua vida pessoal.

 

Assim, que tal aproveitar estes primeiros dias do ano para fazer uma pequena revolução pessoal?

 

Aplique Seiri em sua casa e em seu escritório. Nos armários, nas gavetas, nas escrivaninhas. Tenha o senso de utilização presente em sua mente. Se lhe ocorrer a frase: “Acho que um dia vou precisar disto…”, descarte o objeto em questão, pois você não o utilizará. Pode ser uma roupa que ganhou de presente ou comprou por impulso e nunca a vestiu, por não lhe agradar o suficiente, mas que acalentará o frio de uma pessoa carente. Podem ser livros antigos, hoje hospedeiros do pó, que contribuirão com a educação de uma criança ou um jovem universitário. Seja seletivo. Elimine papéis que apenas ocupam espaço em seus arquivos, incluindo revistas e jornais que você acredita estar colecionando. Organize sua geladeira e sua despensa – você ficará impressionado com o número de itens com prazo de validade expirado.

 

Na próxima fase, passe ao Seiton. Separe itens por categorias, enumerando-os e etiquetando-os quando adequado. Agrupe suas roupas obedecendo a um critério pertinente a você, como por exemplo, dividir vestimentas para uso no lar, daquelas destinadas para trabalhar, de outras utilizadas para sair a lazer. Organize seus livros por gênero (romance, ficção, técnico etc.) e em ordem de relevância e interesse na leitura. Separe seus documentos pessoais e profissionais em pastas, uma para cada assunto (água, luz, telefone…).  Estes procedimentos lhe revelarão o que você tem e atuarão como “economizadores de tempo” quando da busca por um objeto ou informação.

 

Com o Seisou, você estará promovendo a harmonia em seu ambiente. Mais do que a limpeza, talvez seja o momento para efetuar pequenas mudanças de layout: alterar a posição de alguns móveis, colocar um xaxim na parede, melhorar a iluminação.

 

Agora, basta aplicar os últimos dois sensos já mencionados, o Seiketsu, que corresponde aos cuidados com seu corpo (sono reparador, alimentação balanceada e exercícios físicos), sua mente (equilíbrio entre trabalho, família e lazer) e seu espírito (cultive a fé) e o Shitsuke, tão simples quanto fundamental, e que significa controlar e manter as conquistas realizadas.

 

Faça isso e eu desafio você a ter pela frente 12 longos e prósperos meses!

Tom_Coelho

Resoluções de Ano-Novo

por Tom Coelho

 

 “Jamais haverá ano novo

se continuar a copiar os erros dos anos velhos.”

(Luis de Camões)

 

 

Lembro-me de, ainda muito jovem, acompanhar pela TV, no programa Fantástico, à divulgação do resultado da Loteria Esportiva. Naquele tempo, eram 13 jogos relacionados no volante, de modo que o sonho dourado dos apostadores era “fazer os 13 pontos”.

 

Léo Batista, ainda hoje na Rede Globo, informava o placar de cada partida e, ao final, anunciava o número previsto de ganhadores com base nos cálculos do matemático Oswald de Souza. Ele quase sempre acertava.

 

O mês de dezembro marca um ritual cada vez mais comum à maioria das pessoas: estabelecer metas para o ano vindouro. As resoluções de ano-novo vão desde retomar a prática esportiva ou um curso de aprimoramento pessoal, até iniciar uma dieta ou alimentação mais saudável, passando por mudar hábitos e comportamentos.

 

Na elaboração de seu planejamento, há aqueles que buscam respaldo nas opiniões de gurus e especialistas. Assim, vemos desfilar economistas com suas previsões para a taxa do câmbio, a cotação do barril do petróleo e a evolução do PIB; astrólogos e tarólogos apresentam suas expectativas com relação a conquistas esportivas, óbitos e casamentos de celebridades.

 

Oswald de Souza costumava acertar porque esta é a beleza da estatística: basta manipular os cálculos, mexendo no intervalo de confiança, para obter uma amplitude de valores que corroborem suas ideias.

 

Há tempos não vejo economistas acertarem suas previsões e os futurólogos de plantão eventualmente logram êxito, pois são tantas as especulações que acabam por atingir o alvo vez por outra.

 

Bom seria se as pessoas deixassem de dar ouvidos a estes agiotas de ideias e passassem a considerar suas próprias reflexões, lastreadas em seu contexto particular e experiência individual.

 

Melhor ainda seria substituir as resoluções natalinas por decisões diárias, constantes e consistentes, para construir continuamente um presente e um futuro melhor.

 

Este é meu desejo a você. Que possa mudar por si mesmo, mudar para melhor, e mudar hoje. Amanhã, pode não haver tempo ou espaço para um novo ano.

 

Tom_Coelho

 

Os cinco maiores arrependimentos da vida!

Por Marco Acras

Mais um final de ano se aproxima e o momento é de reflexão, de rever as metas e planejar o que você quer no próximo ano.
Não sei se você já fez o seu planejamento, mas de qualquer forma, existe um exercício que gosto muito de fazer quando estou planejando, e gostaria de compartilhar com você.

Ele é bem simples. Faça o seguinte: Vamos imaginar que o ano não terminasse no próximo dia 31 de dezembro, mas hoje! E você talvez não tivesse mais tempo de fazer as coisas mais importantes que gostaria de ter feito. Quais seriam? O que vem à sua mente?
Agora faça o mesmo exercício, porém ao invés de pensar no ano que passou, pense da mesma forma em sua vida e responda a seguinte pergunta:
– Quais são as coisas que você se arrepende de não ter feito, por qualquer razão, e se tivesse uma nova oportunidade, uma nova chance, supondo que hoje fosse o primeiro dia do resto da sua vida, qual delas seria a primeira coisa que faria?
Essa mesma pergunta foi feita por uma enfermeira australiana, chamada Bronnie Ware, que trabalhava com cuidados paliativos, a pacientes que ela acompanhava nos momentos finais de suas vidas.
Nessas conversas, ela observou que muitos pacientes falavam de arrependimentos em comum. Sendo assim, ela escreveu um livro chamado The Top Five Regrets of the Dying (Os cinco maiores arrependimentos de quem está morrendo).

Veja quais são os arrependimentos mais comuns:

1. Queria ter aproveitado a vida do meu jeito e não da forma que os outros queriam.

Quando as pessoas percebem que sua vida está quase no fim e olham para trás, é fácil ver como muitos sonhos não foram realizados. Isso porque é comum as pessoas viverem os sonhos dos outros, para atender uma expectativa da família, dos pais ou dos amigos.
É muito importante realizar pelo menos alguns de seus sonhos verdadeiros ao longo do caminho. A partir do momento que você perde a sua saúde, é tarde demais. Lembre-se, a saúde traz uma liberdade que poucos percebem, e às vezes só se dão conta quando já não a tem.

2. Queria não ter trabalhado tanto.

Bronnie conta que esse desejo era comum a todos os homens que ela atendeu. Eles perderam a juventude de seus filhos e o companheirismo de suas parceiras. As mulheres também falaram sobre esse arrependimento. Porém, como a maioria de suas pacientes era de uma geração mais velha, nem todas precisavam trabalhar para sustentar a família.
Ao simplificar o seu estilo de vida e fazer escolhas conscientes ao longo do caminho, é possível não precisar da renda que você acha que precisa. E criando mais tempo livre, você se torna mais feliz e mais aberto a novas oportunidades, aquelas que são mais adequadas ao seu novo estilo de vida.

3. Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.

Para viver em paz com outras pessoas, muita gente acaba suprimindo seus próprios sentimentos. De acordo com a enfermeira, alguns de seus pacientes até desenvolveram doenças por carregar esse rancor e esse ressentimento e nunca falar sobre o assunto.

4. Não queria ter perdido contato com meus amigos.

Muitos pacientes perceberam que haviam se tornado tão envolvidos em suas próprias vidas que tinham deixado as amizades verdadeiras escaparem nos últimos anos. Muitos expressavam arrependimentos profundos sobre não dar às amizades, o tempo e o esforço que mereciam.
Todo mundo sente falta de seus amigos quando estão morrendo. Segundo a enfermeira, muitas pessoas não percebem que sentem saudades dos amigos até as semanas que precedem sua morte. Tudo o que lhes resta nas semanas finais são o amor e os relacionamentos.

5. Queria ter me permitido ser feliz.

Este é surpreendentemente comum. Muitos não percebem, até o fim de que a felicidade é uma escolha. Eles haviam ficado presos em velhos padrões e hábitos. O medo da mudança os fazia fingir, para os outros e para si mesmos, que estavam satisfeitos, quando lá no fundo, tudo o que eles queriam era rir e ter mais momentos alegres.
Bronnie concluiu que quando se está no leito de morte, o que os outros pensam de você é muito diferente do que está em sua mente. Como é maravilhoso ser capaz de relaxar e sorrir novamente, muito antes de você estar morrendo.
A vida é feita de escolhas. Portanto, escolha conscientemente, escolha sabiamente, escolha honestamente. Escolha a felicidade!

 

 

 

Veja algumas dicas de como motivar seus funcionários

Veiculo: Forbes Brasil

Gestão empresarial seria fácil se todo mundo fosse motivado. Apesar disso, na maioria das vezes, a realidade é outra. Na gestão, você não tem escolha e tem de lidar com todos os tipos de pessoas. Assim, aqui estão quatro dicas para motivar o seus colaboradores desmotivados.

1 – Conheça o lado pessoal dos seus funcionários

Só assim é possível ter alguma esperança de efetivamente motivar. Quanto mais você souber, mais chances você terá de descobrir quais incentivos irão funcionar de verdade. É dinheiro, flexibilidade, prestígio, reconhecimento? Que aspectos do ambiente de trabalho atual o funcionário acha frustrante e desmoralizante?

2 – Esteja plenamente consciente da dinâmica pessoal e de equipe

Isso pode fazer a diferença entre frustração e engajamento. Estudos confirmam isso também. A maneira como o grupo se forma, é um detalhe extremamente importante. Para um determinado projeto, colocar um funcionário com outro que ele goste de trabalhar pode ser uma forma muito eficaz de motivação.

3 – Encontre atribuições apelativas

Se você encontrar o motivo certo que acende o interesse do empregado, os resultados podem ser surpreendentes. Talvez um projeto fora de um departamento próprio – que tem valor para a organização – seja um bom negócio. Conversar com seu funcionário pode ser de grande ajuda, muitas vezes, você pode não ser capaz de obter as respostas certas, sem fazer as perguntas certas.

4 – Deixe suas expectativas claras

Você não consegue algo por nada. Em troca de sua própria atenção para o bem-estar e sucesso de seus funcionários, você terá com certeza expectativas concretas. Uma chave para uma gestão eficaz é confrontar: deixe claro exatamente quais são suas expectativas de desempenho. O que é aceitável e o que não é. Clareza é sempre o aliado de forte desempenho.

No final, não há nenhuma maneira infalível para motivar o desmotivado, mas existem passos que você pode tomar para melhorar suas chances. E em um mundo onde os estudos mostram que cerca de 7 em cada 10 funcionários estão desligados e desmotivados, as melhores chances de melhorar isso é sabendo do que se trata uma gerência de sucesso.

 

Essas dicas foram publicadas no site Forbes Brasil

“Problem solving”: técnicas ajudam a reorganizar cérebro e aumentar produção

*Por Bibianna Teodori

Quando temos algo para resolver, nossa tendência é focar no problema. Questionamos o que deu errado ou por que não deu certo. Essa abordagem pode funcionar em diversas situações, especialmente nas mais simples. Porém, nas mais complexas, focar no problema pode tornar as coisas ainda mais complicadas ou nos levar a desenvolver um padrão de pensamento repetitivo e improdutivo.

Concentrando-se apenas nos aspectos negativos, você alimentará o cérebro com uma série de estímulos contraproducentes. Entre eles, a ênfase nos pontos fracos, nos erros e no que não funciona, além do foco naquilo que consideramos ser incapacidade, limitações e impossibilidades.

Esse padrão de atitude mental resultará em aumento de estresse, ansiedade, sentimento de fracasso e de impotência, além de preocupação constante e a sensação de estar em um beco sem saída.

Ao nos colocarmos nesse estado, fica muito mais difícil ter foco, clareza e objetividade para enxergarmos as soluções. Focar em soluções não significa ignorar o problema, mas sim abordá-lo de um modo mais positivo e produtivo. Fazemos isso quando seguimos os seguintes procedimentos:

– Verificar o que está funcionando e o que podemos aprender com isso para utilizar em outras situações; concentrar-se nos pontos fortes e em como tirar mais proveito deles;
– Enfatizar desafios, oportunidades e ganhos em vez de problemas, riscos e perdas;
– Focalizar o presente e o futuro em vez do passado. Isso equivale a trocar “o que eu deveria ter feito” por “o que eu posso fazer daqui para frente”.

Além disso, com foco nas soluções, você consegue:

– Trocar a preocupação pela ação
– Adotar uma postura muito mais proativa
– Aumentar a crença em sua capacidade de realizar
– Elevar a autoestima, a autoconfiança e automotivação
– Aprimorar sua habilidade de resolver problemas de um modo mais rápido, eficaz e criativo.

O importante é saber o que se pretende atingir, e não o problema. Ao identificar aquilo que você quer mudar em sua vida, o foco em soluções o estimula a construir uma visão de seu futuro ideal, em vez de lidar com um passado que não pode ser mudado.

Tomada de decisão

Para ajudar na hora da tomada da decisão, listo abaixo dez passos para resolução de problemas:

1º passo: Definir o problema e suas características. Isso significa descrever no jeito mais empírico os conceitos da situação problema.

a) Conhecimento?

b) Habilidades, comportamento, pensamentos, sentimentos?

2º passo: Investigar o que realmente está causando a situação ou o problema.

a) É pessoal?

b) É com a equipe?

c) É relacionado à organização?

3º passo: Quais serão os critérios de avaliação das soluções? Quais seriam as mudanças concretas que, uma vez realizadas, fariam afirmar que o problema foi resolvido. Portanto, definir o objetivo.

a) O que acontecerá?

b) O que não acontecerá?

c) O que mudará?

d) Em qual período de tempo?

 4º passo: Gerar soluções potenciais para o problema. Existem quatro técnicas para estimular o foco em soluções:

a)  Imaginar que o problema desapareceu

b)  Identificar o que mudou

c)  Explorar as diferenças

d)  Identificar os passos para chegar ao futuro ideal e implementar um plano de ação

5º passo: Selecionar a melhor ou as melhores soluções

6º passo: Avaliar as soluções que falharam

7º passo: Investigar os potenciais obstáculos para implementar essas soluções

8º passo:
 Entrar em acordo quanto ao plano de ação

9º passo:
 Acompanhar a implementação do plano de ação

10º passo: Monitorar, rever o progresso do plano e, finalmente, mensurar os resultados

Parece trabalhoso seguir os passos e as orientações dessa forma, mas, somente analisando ponto a ponto e por meio dessa sugestão de roteiro, vamos conseguir reprogramar nossa mente para que tenhamos resultados mais satisfatórios na resolução de problemas. Ao invés de ficarmos sempre insistindo na mesma tecla, as técnicas de “problem solving” ajudam a reorganizar nosso cérebro de maneira mais eficaz e, assim, evitamos que fiquemos travados e sem produzir mais.

*Por Bibianna Teodori é Executive e Master Coach e fundadora da Positive Transformation Coaching. Escreveu o livro “Coaching para pais e mães – Saiba como fazer a diferença no desenvolvimento de seus filhos” e é coautora de “Coaching na Prática – Como o Coaching pode contribuir em todas as áreas da sua vida”. Essas dicas foram publicadas no site Harvard Business Review, em 22/10/2014.

Fonte: http://www.lg.com.br/huma/mercado/-problem-solving-tecnicas-ajudam-a-reorganizar-cerebro-e-aumentar-producao

 

Promoção e poder

* por Tom Coelho

 Artigo 243 - Promoção e poder 1

“Contrate e promova primeiro com base na integridade; segundo, na motivação;

terceiro, na capacidade; quarto, na compreensão; quinto, no conhecimento;

e, por último, como fator menos importante, na experiência.

Sem integridade, a motivação é perigosa; sem motivação, a capacidade é impotente; sem capacidade, a compreensão é limitada; sem compreensão,

o conhecimento é insignificante; sem conhecimento, a experiência é cega.”

(Dee Hock, fundador da Visa)

 

“O poder muda as pessoas”.

 É muito provável que você já tenha proferido a frase acima para qualificar a mudança no comportamento de um amigo após este ser promovido em seu emprego. A este respeito, permita-lhes contar uma breve história…

 Há mais de uma década eu estava como diretor de uma empresa para a qual contratei um representante comercial. Em tal posição, o rapaz não tinha vínculo empregatício, ou seja, não precisava cumprir horários ou mesmo comparecer regularmente à companhia. Cabia-lhe apenas visitar clientes para gerar negócios, estando subordinado a mim e ao gerente comercial.

 Entretanto, aquele profissional se destacava em relação aos demais em igual função. Ele fazia questão de ir à fábrica, conhecer em profundidade nossos produtos, processos e sistema de gestão. E, diante deste envolvimento, sempre que possível trazia-nos sugestões diversas para melhoria, de forma realmente despretensiosa.

 Após um ou dois meses, notei que estava diante de uma pessoa singular, muito acima da média dos demais funcionários. Alguém que não se reduzia aos limites de seu papel, que apresentava admirável visão sistêmica e nítida capacidade de gerenciamento e inovação. Refleti e tomei a decisão de promovê-lo.

 Para encaixá-lo no organograma, criei o cargo, até então inexistente, de gerente administrativo. Era o que melhor se enquadrava em seu perfil, posto que transitava com fluidez do departamento de vendas à produção, passando pelo atendimento e suprimentos. Todavia, algo inusitado aconteceu.

 Em menos de uma semana no cargo, sua relação com os colegas mudou diametralmente. Ele passou a tratá-los com soberba, em especial a equipe da área comercial, com a qual interagia anteriormente. Até mesmo sua postura física ao caminhar alterou-se! As reclamações começaram a chegar à minha sala até que, menos de um mês depois, não tive opção, demitindo-o.

 A grande lição que extraí deste episódio foi de que, em muitos casos, subir na hierarquia faz o poder subir à cabeça. E isso ocorre porque o poder, tal qual o dinheiro, são excepcionais matérias-primas para a vaidade. Porém, diferentemente do que se possa parecer, eles não mudam as pessoas, mas apenas as desmascaram, porque se a arrogância e a prepotência as visitam, é porque sempre estiveram ali presentes, na essência.

 Assim, para evitar um infortúnio similar ao que vivenciei, considere três aspectos essenciais antes de promover alguém em sua organização.

 Primeiro, conheça o profissional. A rigor, este cuidado deve ser tomado já por ocasião da admissão. Ou, como gosto de dizer, contrate devagar, mas demita rápido. Analise criteriosamente o perfil do executivo, considerando sua personalidade, comportamentos, motivadores e competências. Há instrumentos poderosos para este tipo de avaliação que, quando bem utilizados, permitem colocar a pessoa certa no lugar certo.

 Segundo, explicite suas expectativas. Antes mesmo de formalizar a promoção, tornando-a pública, convide o profissional antecipadamente para uma conversa com portas fechadas. Neste momento, informe-o dos motivos que levaram você ou sua equipe a escolhê-lo, elencando os desafios e responsabilidades do cargo, as metas que se espera atingir e qual a autonomia, infraestrutura e equipe que lhe serão disponibilizadas. Apresente também o plano de remuneração e os benefícios inerentes à função.

 Por fim, pare e escute. Após o passo anterior, deixe que o profissional relate suas próprias expectativas acerca da nova colocação e se a mesma está alinhada aos seus propósitos pessoais. É neste momento que a promoção pode ser recusada em virtude de uma decisão consciente.

 A experiência que relatei confirma a tese de que nem todas as pessoas são indicadas para cargos de liderança. Embora esta seja uma competência possível de ser desenvolvida, há aqueles que não de adequam ao papel de líder. E isso pode ocorrer por dois motivos.

 Há profissionais que se sentem deslocados em seu ambiente de trabalho por ter seus pares, antes meros colegas, agora como seus subordinados diretos, impactando o relacionamento interpessoal e gerando uma sensação de desconforto e angústia. Isso é muito recorrente em funções operacionais, em especial com líderes oriundos do chão de fábrica.

 Porém, o mais comum são aqueles que, a exemplo do meu antigo representante comercial, não enxergam que liderança é uma posição transitória que não se impõe, mas se conquista, e que precisa ser respaldada por competência, legitimidade, sensibilidade, carisma, persuasão e outros fatores. Contudo, assumem a alcunha de “chefes”, com presunção e orgulho, menosprezando colegas e fornecedores, e desperdiçando uma grande oportunidade.

Tom_Coelho

 

Um sentido para a vida

* por Tom Coelho

 Artigo 232 - Um sentido para a vida

“Não importa o que nós ainda temos a esperar da vida,

mas sim o que a vida espera de nós.”

(Viktor Frankl)

 

Tenho acompanhado com apreensão leitores e amigos manifestando suas insatisfações para com a vida. São sentimentos diversos que transitam da frustração por conquistas não alcançadas, passando pela desmotivação decorrente da falta de reconhecimento, até a mera desilusão diante da falta de perspectivas.

Refletir a este respeito levou-me a reler a obra “Em busca de sentido – Um psicólogo no campo de concentração”, de Viktor Frankl, fundador da logoterapia, considerada a terceira escola vienense de psicoterapia (as outras duas são as de Freud e Adler). Trata-se do fascinante relato autobiográfico do autor acerca de sua experiência como prisioneiro em Auschwitz e outros campos durante a Segunda Guerra Mundial.

Para a logoterapia, a busca do indivíduo por um sentido na vida é a força motivadora primária para o ser humano. Frankl apresenta pesquisa feita com quase oito mil alunos de 48 universidades que perguntados sobre o que consideravam “muito importante” naquele momento, 16% declararam “ganhar muito dinheiro” e 78% afirmaram “encontrar um propósito para a vida”.

Outro exemplo recente foi a pesquisa realizada no início de 2013 pelas consultorias DMRH e Nextview apontando que quatro em cada dez executivos brasileiros estão dispostos a mudar de empresa porque buscam um trabalho alinhado aos seus propósitos e valores.

Mas esta angústia existencial, a dúvida sobre se a vida vale a pena ser vivida, evidentemente não se restringe ao âmbito profissional. Ela assume contornos maiores, manifestando-se num estado de tédio e apatia através dos quais a pessoa vai morrendo interiormente e lentamente.

Como bem pontuou Frankl, as emoções são como algo em estado gasoso. Tal como um gás preenche de forma uniforme e integral todo um espaço vazio, assim a tristeza, a solidão, a angústia e o sofrimento ocupam toda a alma humana. Por sorte, analogamente, o mesmo se aplica à menor das alegrias.

Por isso, não basta o mero interesse primitivo em se preservar a vida. É essencial que cada pessoa identifique sua missão (do latim missio, o enviado) e ouça sua vocação (do latim vocatio, o chamado) nesta busca por propósito, a qual pode ocorrer a partir de três caminhos básicos: (a) pela necessidade de se concluir um trabalho qualquer que será legado à humanidade e que depende exclusivamente de seu protagonista; (b) pelo sofrimento, tal qual o experienciado pelos prisioneiros nos campos de concentração ou por alguém que luta contra uma doença incurável; e (c) pelo amor, o bem último e supremo que pode ser alcançado pela existência humana – e não necessariamente o amor físico, mas o amor espiritual, até mesmo inanimado.

Em sua busca por um sentido para a vida, lembre-se de que embora o sucesso seja perseguido do ponto de vista profissional, e a felicidade, no âmbito pessoal, é preciso salientar que ambos devem ser decorrências naturais. Por isso, pare de persegui-los e, quando você não mais se lembrar deles – sucesso e felicidade –, fatalmente acontecerão em sua vida. Tenha também em mente que ambos são transitórios. Afinal, se você fosse feliz o tempo todo, não seria feliz em tempo algum…

 

Tom_Coelho

Não fique doente

por Tom Coelho

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“Quase todos os homens morrem de seus remédios,
não de suas doenças.”

(Molière)

Pode ser por decorrência de uma mudança climática, excesso de trabalho, estresse emocional, descuido ou por outros fatores, invariavelmente você será acometido, em algum momento, por uma enfermidade qualquer. Assim, com a saúde abalada, a prostração pode lhe visitar. Os dias tornam-se longos e improdutivos, e você se sente angustiado, à espera de recobrar sua integridade.Num primeiro momento, é natural que se recorra à automedicação. Um antitérmico para debelar a febre, um analgésico para aliviar a dor. Porém, se os sintomas persistirem, você precisa recorrer ao atendimento médico. E aí, os problemas se amplificam…A maioria dos prontos-socorros parecem linhas de produção no atendimento aos pacientes, além de uma evidente fonte para novas enfermidades. Retire sua senha, e aguarde o atendimento. Preencha sua ficha, e aguarde a triagem. Agora, paciência para ser recebido pelo médico, cerca de uma hora depois.Em um PS, os plantonistas são quase sempre residentes, com CRM emitido há dois ou três anos. A anamnese é superficial. Exames básicos que deveriam ser solicitados são negligenciados porque isso representaria ônus para o hospital e o convênio médico, além de maior tempo para atendimento. O negócio é despachar logo o paciente para dar espaço ao próximo na fila. Assim, o diagnóstico é falho, inconclusivo.

Dez minutos depois, receituário nas mãos, você vai a uma farmácia. Lá, identifica que o médico prescreveu, por exemplo, duas drágeas por dia ao longo de uma semana, totalizando 14 comprimidos. Porém, o medicamento é vendido em embalagem com dez unidades, o que lhe obriga a adquirir duas caixas, sabendo que sobrará medicamento – o qual será utilizado, no futuro, para alimentar o hábito da automedicação. Pergunto-me: onde está o erro por trás disso? Na prescrição do especialista, equivocada, ou na opção do laboratório que propositadamente comercializa o produto em quantidade incompatível com a posologia recomendada, tendo a anuência da Anvisa? Não deveria haver uma sintonia entre os mesmos?

Por fim, ainda há a questão financeira envolvida em todo este processo. Do estacionamento a preço de “balada” cobrado na porta do pronto-socorro, passando pelo custo aviltante dos medicamentos, em especial se você optar pela aquisição de um “referência” em lugar de “genérico”, a saúde não é definitivamente um bem público ao alcance da população.

Após quinze dias brigando contra uma tosse crônica, tendo passado por quatro médicos sem obter um diagnóstico aceitável e deixando um valor considerável no balcão das farmácias, questiono-me sobre a qualidade dos profissionais formados nos dias atuais e sobre como o cidadão sem acesso a um convênio médico privado e dependente do serviço público enfrenta uma enfermidade. A conclusão é una: simplesmente, não há o direito de se ficar doente…

Data de publicação: 04/07/2014

Tom_Coelho