Como definir a Missão da sua empresa?

Por Rogério Chér 

Poucas empresas diferenciam Missão e Propósito. Infelizmente. Seus significados são relevantes e diferentes.

O Propósito não diz o que a empresa faz, mas porquê existe, quais suas grandes causas, tudo aquilo capaz de capturar mentes e corações. É uma frase simples, porém abrangente, inspiradora e aspiracional, que atravessa diferentes ciclos estratégicos.

A Missão, por outro lado, conecta-se diretamente com a estratégia em curso. Na boca da Liderança, a Missão aponta claramente a direção. É a frase por meio da qual os líderes reforçam o que é mais importante fazer agora, o conjunto das maiores prioridades. Declarada a Missão, desdobram-se objetivos e metas individuais e coletivos, bem como se orienta a ação de pessoas e times.

Dê uma olhada nos textos de Missão por aí. São frases inócuas, que descrevem funcionalmente a atividade e o ramo em que se atua. São desperdícios retóricos, descasados do tão necessário direcionamento das equipes. Enquanto o Propósito perdura por longo tempo, teremos uma nova Missão a cada ciclo estratégico, dada a alta complexidade ao redor e a necessidade constante de inovar e mudar.

Confundir Propósito e Missão é prejudicial ao exercício de Liderar. Dou sempre aos meus alunos, leitores e clientes um exemplo simples: a Polícia. Enquanto instituição, ela tem um Propósito que, possivelmente, atravessará décadas com o mesmo significado, fortemente ligado à garantia da segurança e da ordem pública. Mas cada equipe que vai a campo tem uma Missão clara, sabe o que é preciso fazer.

Faça uma reflexão sobre como você, em sua empresa, engaja e inspira a partir de um Propósito conectado às suas maiores causas e de uma Missão que direciona a todos para o que é mais importante priorizar agora.

 

LEMBRE-SE: CONSCIÊNCIA TRANSFORMA A REALIDADE.

autor_rogerio_cher

 

 

Fonte: http://rogeriocher.com.br

Um sentido para a vida

* por Tom Coelho

 Artigo 232 - Um sentido para a vida

“Não importa o que nós ainda temos a esperar da vida,

mas sim o que a vida espera de nós.”

(Viktor Frankl)

 

Tenho acompanhado com apreensão leitores e amigos manifestando suas insatisfações para com a vida. São sentimentos diversos que transitam da frustração por conquistas não alcançadas, passando pela desmotivação decorrente da falta de reconhecimento, até a mera desilusão diante da falta de perspectivas.

Refletir a este respeito levou-me a reler a obra “Em busca de sentido – Um psicólogo no campo de concentração”, de Viktor Frankl, fundador da logoterapia, considerada a terceira escola vienense de psicoterapia (as outras duas são as de Freud e Adler). Trata-se do fascinante relato autobiográfico do autor acerca de sua experiência como prisioneiro em Auschwitz e outros campos durante a Segunda Guerra Mundial.

Para a logoterapia, a busca do indivíduo por um sentido na vida é a força motivadora primária para o ser humano. Frankl apresenta pesquisa feita com quase oito mil alunos de 48 universidades que perguntados sobre o que consideravam “muito importante” naquele momento, 16% declararam “ganhar muito dinheiro” e 78% afirmaram “encontrar um propósito para a vida”.

Outro exemplo recente foi a pesquisa realizada no início de 2013 pelas consultorias DMRH e Nextview apontando que quatro em cada dez executivos brasileiros estão dispostos a mudar de empresa porque buscam um trabalho alinhado aos seus propósitos e valores.

Mas esta angústia existencial, a dúvida sobre se a vida vale a pena ser vivida, evidentemente não se restringe ao âmbito profissional. Ela assume contornos maiores, manifestando-se num estado de tédio e apatia através dos quais a pessoa vai morrendo interiormente e lentamente.

Como bem pontuou Frankl, as emoções são como algo em estado gasoso. Tal como um gás preenche de forma uniforme e integral todo um espaço vazio, assim a tristeza, a solidão, a angústia e o sofrimento ocupam toda a alma humana. Por sorte, analogamente, o mesmo se aplica à menor das alegrias.

Por isso, não basta o mero interesse primitivo em se preservar a vida. É essencial que cada pessoa identifique sua missão (do latim missio, o enviado) e ouça sua vocação (do latim vocatio, o chamado) nesta busca por propósito, a qual pode ocorrer a partir de três caminhos básicos: (a) pela necessidade de se concluir um trabalho qualquer que será legado à humanidade e que depende exclusivamente de seu protagonista; (b) pelo sofrimento, tal qual o experienciado pelos prisioneiros nos campos de concentração ou por alguém que luta contra uma doença incurável; e (c) pelo amor, o bem último e supremo que pode ser alcançado pela existência humana – e não necessariamente o amor físico, mas o amor espiritual, até mesmo inanimado.

Em sua busca por um sentido para a vida, lembre-se de que embora o sucesso seja perseguido do ponto de vista profissional, e a felicidade, no âmbito pessoal, é preciso salientar que ambos devem ser decorrências naturais. Por isso, pare de persegui-los e, quando você não mais se lembrar deles – sucesso e felicidade –, fatalmente acontecerão em sua vida. Tenha também em mente que ambos são transitórios. Afinal, se você fosse feliz o tempo todo, não seria feliz em tempo algum…

 

Tom_Coelho