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Um sentido para a vida

* por Tom Coelho

 Artigo 232 - Um sentido para a vida

“Não importa o que nós ainda temos a esperar da vida,

mas sim o que a vida espera de nós.”

(Viktor Frankl)

 

Tenho acompanhado com apreensão leitores e amigos manifestando suas insatisfações para com a vida. São sentimentos diversos que transitam da frustração por conquistas não alcançadas, passando pela desmotivação decorrente da falta de reconhecimento, até a mera desilusão diante da falta de perspectivas.

Refletir a este respeito levou-me a reler a obra “Em busca de sentido – Um psicólogo no campo de concentração”, de Viktor Frankl, fundador da logoterapia, considerada a terceira escola vienense de psicoterapia (as outras duas são as de Freud e Adler). Trata-se do fascinante relato autobiográfico do autor acerca de sua experiência como prisioneiro em Auschwitz e outros campos durante a Segunda Guerra Mundial.

Para a logoterapia, a busca do indivíduo por um sentido na vida é a força motivadora primária para o ser humano. Frankl apresenta pesquisa feita com quase oito mil alunos de 48 universidades que perguntados sobre o que consideravam “muito importante” naquele momento, 16% declararam “ganhar muito dinheiro” e 78% afirmaram “encontrar um propósito para a vida”.

Outro exemplo recente foi a pesquisa realizada no início de 2013 pelas consultorias DMRH e Nextview apontando que quatro em cada dez executivos brasileiros estão dispostos a mudar de empresa porque buscam um trabalho alinhado aos seus propósitos e valores.

Mas esta angústia existencial, a dúvida sobre se a vida vale a pena ser vivida, evidentemente não se restringe ao âmbito profissional. Ela assume contornos maiores, manifestando-se num estado de tédio e apatia através dos quais a pessoa vai morrendo interiormente e lentamente.

Como bem pontuou Frankl, as emoções são como algo em estado gasoso. Tal como um gás preenche de forma uniforme e integral todo um espaço vazio, assim a tristeza, a solidão, a angústia e o sofrimento ocupam toda a alma humana. Por sorte, analogamente, o mesmo se aplica à menor das alegrias.

Por isso, não basta o mero interesse primitivo em se preservar a vida. É essencial que cada pessoa identifique sua missão (do latim missio, o enviado) e ouça sua vocação (do latim vocatio, o chamado) nesta busca por propósito, a qual pode ocorrer a partir de três caminhos básicos: (a) pela necessidade de se concluir um trabalho qualquer que será legado à humanidade e que depende exclusivamente de seu protagonista; (b) pelo sofrimento, tal qual o experienciado pelos prisioneiros nos campos de concentração ou por alguém que luta contra uma doença incurável; e (c) pelo amor, o bem último e supremo que pode ser alcançado pela existência humana – e não necessariamente o amor físico, mas o amor espiritual, até mesmo inanimado.

Em sua busca por um sentido para a vida, lembre-se de que embora o sucesso seja perseguido do ponto de vista profissional, e a felicidade, no âmbito pessoal, é preciso salientar que ambos devem ser decorrências naturais. Por isso, pare de persegui-los e, quando você não mais se lembrar deles – sucesso e felicidade –, fatalmente acontecerão em sua vida. Tenha também em mente que ambos são transitórios. Afinal, se você fosse feliz o tempo todo, não seria feliz em tempo algum…

 

Tom_Coelho

Cadê o meu mentor?

Por Sidnei Oliveira

mentor

Um dos exercícios que mais utilizo em minhas palestras e workshops, buscando despertar reflexões mais profundas, é pedir aos participantes que fechem seus olhos e pensem em alguma pessoa que, de alguma forma, tenha interferido de modo significativo em seus destinos. Procuro guiá-los no resgate de lembranças de seus mentores, aquelas pessoas que dedicaram tempo e energia para ajudá-los a se desenvolver. Gosto deste exercício por ter tudo a ver com o pensamento de Charles Handy em seu livro The Hungry Spirit : “A sociedade deveria tentar oferecer a cada jovem um mentor de fora do sistema educacional, alguém que tivesse grande interesse no desenvolvimento e progresso daquela pessoa.”

Quando os participantes começam a abrir seus olhos, é muito comum observar um olhar agradecido por fazê-los lembrar de alguém que realmente fez diferença em suas vidas. Os depoimentos espontâneos que surgem em seguida referem-se aos pais, professores ou antigos chefes – todos com reconhecida experiência e com motivação para passar adiante seus conhecimentos, agindo  como uma referência, um modelo, um instrutor disposto a ensinar tudo o que sabia dando orientações e apontando direções.

Contudo, um fato novo tem despertado minha atenção, principalmente quando realizo esse exercício em plateias formadas por jovens da Geração Y. Muitas vezes os jovens não conseguem identificar ninguém. Quando abrem seus olhos, percebo a reação de dúvida e estranheza diante do exercício. Alguns chegam a demonstrar não entender o que se esperava com ele.

Depois que dou as explicações, ou seja, peço que identifiquem seus mentores, novamente as reações são de perplexidade diante do insucesso em encontrar alguém a quem pudessem atribuir a classificação de mentor. O mais comum é pensarem em personalidades que admiram como grandes empresários ou líderes políticos. Nomes como Steve Jobs, Lula, Eike Batista e Bill Gates são presenças comuns. Na maioria das vezes que isso acontece, eu aproveito para explicar a diferença entre uma personalidade e um mentor, ressaltando como um bom mentor pode ajudar a trajetória de vida de um jovem. Em uma dessas ocasiões fui interrompido por um jovem que gritou:

– CADÊ O MEU MENTOR?

Foi um ótima pergunta, pois muitos estavam com a mesma dúvida na cabeça e a questão serviu para eu fazer um alerta à geração Y: não é possível encontrar mentores Google nem os dispensar, pois um aprendiz que quer se desenvolver precisa dessa ajuda. Todo conhecimento tácito, que também é conhecido como experiência, está nas mãos dos mais veteranos. Para ter acesso a esse conhecimento é indispensável conquistar um mentor. Para isso só há um caminho – ser aprendiz.

Entretanto, nos dias atuais, onde os jovens querem ser vistos e reconhecidos como vencedores, não é muito comum identificar a postura de aprendiz, isto é, aberto para o aprendizado. E nesse caso, não me refiro ao conhecimento acadêmico, mas ao velho e bom “pulo do gato”.

Pode-se compreender essa postura da geração Y, diante da evidente superioridade dos jovens no ritmo frenético das mudanças, principalmente as tecnológicas. Mas já está claro também que falta algo para alcançarem seus sonhos, principalmente os de novos desafios. Os desafios estão com os veteranos, que ainda se esforçam para manter o ritmo das coisas, para “não deixar a peteca cair”.

Se você, jovem, está se perguntando: “CADÊ O MEU MENTOR?”, lembre-se que, mais próximo do que você imagina, há um veterano perguntando: “CADÊ O MEU APRENDIZ?”

Vá conquistá-lo!!

 

Sidnei_Oliveira

 

Chega de atalhos! É hora de agir com estratégia!

 

 

 

Sidnei Oliveiratalento-sidnei

Talento. Essa força enorme que afirmam estar presente em todas as pessoas, mas que poucos conseguem acessar. É constantemente confundido com um superpoder capaz de eliminar qualquer barreira e trazer sucesso incontestável a quem o possui. Com esse tipo de pensamento, nos acostumamos a acreditar que pessoas com talento não precisam se preocupar com nada, pois a solução para o problema simplesmente irá surgir transpondo qualquer processo racional ou lógico.

Tal conceito é uma armadilha quando apresentado como uma explicação para o fracasso pessoal, pois retira toda e qualquer possibilidade de interferência sobre o próprio desenvolvimento individual, ou seja, o caminho é sempre mais fácil e simples para quem tem talento.

Tenho observado diversos jovens buscando insanamente o seu talento, como forma de identificar uma “poção mágica” que irá facilitar muito sua vida pessoal e profissional. Nessa busca, é comum encontrar aqueles que estabelecem um processo de tentativa e erro para suas escolhas. Começam um curso e abandonam ao menor sinal de insatisfação. Iniciam em um emprego e pouco tempo depois buscam outro em que possam ter mais satisfação ou melhor reconhecimento financeiro. Quando são confrontados sobre essas alternâncias de escolhas, apressam-se em justificar a atitude como uma busca por desafios em que possam mostrar seus verdadeiros talentos.

Não é assim que vejo!

Ninguém realmente precisa de desafios para “mostrar” seu talento. Os desafios servem, na verdade, para desenvolver os talentos. Creio que essas atitudes demonstram apenas uma busca por atalhos que antecipem etapas e tragam satisfação e reconhecimento no menor tempo possível.

Olhar o talento como um atalho para uma trajetória de sucesso é tratar seus dons com displicência. Desenvolver os próprios talentos é doloroso, trabalhoso e demanda sacrifícios. O talento é exigente! Está sempre requisitando tempo e dedicação para que ele se desenvolva.

Depois de uma Copa Mundial de Futebol, na qual o que prevaleceu foi a estratégia do time alemão, que escolheu o longo caminho do desenvolvimento, é importante lembrarmos que os atalhos constroem pontes frágeis.

Por isso, chega de atalhos. Está na hora de agir com mais estratégia!

Sidnei_Oliveira

 

 

Não fique doente

por Tom Coelho

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“Quase todos os homens morrem de seus remédios,
não de suas doenças.”

(Molière)

Pode ser por decorrência de uma mudança climática, excesso de trabalho, estresse emocional, descuido ou por outros fatores, invariavelmente você será acometido, em algum momento, por uma enfermidade qualquer. Assim, com a saúde abalada, a prostração pode lhe visitar. Os dias tornam-se longos e improdutivos, e você se sente angustiado, à espera de recobrar sua integridade.Num primeiro momento, é natural que se recorra à automedicação. Um antitérmico para debelar a febre, um analgésico para aliviar a dor. Porém, se os sintomas persistirem, você precisa recorrer ao atendimento médico. E aí, os problemas se amplificam…A maioria dos prontos-socorros parecem linhas de produção no atendimento aos pacientes, além de uma evidente fonte para novas enfermidades. Retire sua senha, e aguarde o atendimento. Preencha sua ficha, e aguarde a triagem. Agora, paciência para ser recebido pelo médico, cerca de uma hora depois.Em um PS, os plantonistas são quase sempre residentes, com CRM emitido há dois ou três anos. A anamnese é superficial. Exames básicos que deveriam ser solicitados são negligenciados porque isso representaria ônus para o hospital e o convênio médico, além de maior tempo para atendimento. O negócio é despachar logo o paciente para dar espaço ao próximo na fila. Assim, o diagnóstico é falho, inconclusivo.

Dez minutos depois, receituário nas mãos, você vai a uma farmácia. Lá, identifica que o médico prescreveu, por exemplo, duas drágeas por dia ao longo de uma semana, totalizando 14 comprimidos. Porém, o medicamento é vendido em embalagem com dez unidades, o que lhe obriga a adquirir duas caixas, sabendo que sobrará medicamento – o qual será utilizado, no futuro, para alimentar o hábito da automedicação. Pergunto-me: onde está o erro por trás disso? Na prescrição do especialista, equivocada, ou na opção do laboratório que propositadamente comercializa o produto em quantidade incompatível com a posologia recomendada, tendo a anuência da Anvisa? Não deveria haver uma sintonia entre os mesmos?

Por fim, ainda há a questão financeira envolvida em todo este processo. Do estacionamento a preço de “balada” cobrado na porta do pronto-socorro, passando pelo custo aviltante dos medicamentos, em especial se você optar pela aquisição de um “referência” em lugar de “genérico”, a saúde não é definitivamente um bem público ao alcance da população.

Após quinze dias brigando contra uma tosse crônica, tendo passado por quatro médicos sem obter um diagnóstico aceitável e deixando um valor considerável no balcão das farmácias, questiono-me sobre a qualidade dos profissionais formados nos dias atuais e sobre como o cidadão sem acesso a um convênio médico privado e dependente do serviço público enfrenta uma enfermidade. A conclusão é una: simplesmente, não há o direito de se ficar doente…

Data de publicação: 04/07/2014

Tom_Coelho

Tempo para arrumar a casa

“As pegadas na areia do tempo
não são deixadas por pessoas sentadas.”

(A. C. Lee)
O país parou – é uma constatação. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a taxa média de ocupação de assentos em voos nas cidades-sede é de apenas 37,5%. As próprias companhias aéreas estimam uma redução de 15% no movimento face ao mesmo período no ano passado, em virtude da queda nas viagens de negócios.Caminhe por um shopping center e seguramente você encontrará grande movimento apenas nas praças de alimentação. Observe a visitação ao site de sua empresa, contabilize o número de chamadas telefônicas, de solicitações de orçamentos e de e-mails trocados. Tente agendar visitas aos seus clientes…Feriados em datas comemorativas, feriados municipais, feriados decretados em dias de jogos. Durante 30 dias teremos algo muito similar ao que vivenciamos anualmente durante quatro ou cinco dias de Carnaval.

Diante destes fatos, este é um momento oportuno para você, com iniciativa e assertividade, “colocar ordem em sua casa”. E sob as mais variadas dimensões.

Para as empresas, ocasião para revisar o planejamento estratégico – ou estruturá-lo, caso não tenha sido feito –, avaliando os resultados deste primeiro semestre e corrigindo rotas. Vale ressaltar que teremos um ano com inflação em alta e crescimento pífio, com um cenário ainda mais difícil para 2015, pois o próximo governo, qualquer seja o eleito, terá que promover ajustes e lidar com tarifas públicas e preços controlados que estão com reajustes represados.

Para os profissionais, hora de repensar a carreira. Refletir sobre seu propósito de vida e analisá-lo em relação à cultura corporativa da companhia em que se está. Aproveitar para fazer cursos de aprimoramento, reduzir gaps, fortalecer competências.

Aos estudantes de ensino médio, tempo de tirar o atraso nas leituras e iniciar o quanto antes uma pesquisa criteriosa sobre as possibilidades de atuação profissional a partir da identificação de sua vocação.

Finalmente, às famílias, período para ajustes e reformas na casa, mas fundamentalmente para o lazer: viajar, passear, ir ao cinema e ao teatro. Tempo para confraternização e socialização, resgatando a convivência com parentes e amigos, valorizando a descontração, o ócio e a alegria de viver.

Tom_Coelho

Jogo da Empatia

Por Alice Sosnowski: jornalista, empreendedora

empatia

Empatia: De em+phatos(Gr)+ia(estado de alma)
Capacidade de compreender o sentimento ou reação da outra pessoa imaginando-se nas mesmas circunstâncias. 
Em Marketing: Para compreender melhor o cliente e saber os seus desejos, é necessário ter empatia.

Empatia é uma das ferramentas mais importantes para conviver em família, na vida social e nos negócios. As pessoas têm sentimentos muito diferentes. Cada um com seu histórico de vida, suas crenças e sua forma de ver o mundo reage de maneira diferente a determinadas situações.

Quem já não viu brigas em público por causa de uma diferença no troco, mau atendimento, fila no caixa? Normalmente o problema pode ser resolvido facilmente, mas ninguém sabe se por trás de um desentendimento está um problema de família, de saúde ou de dinheiro. Por isso, trabalhar a empatia exige paciência e a capacidade se colocar no lugar do outro. Difícil né?! Em teoria, então, impossível.

Para ajudar a trabalhar esta habilidade na prática, participei esta semana do workshop “jogo da empatia”, conduzido por Paula Falcão, da empresa KDP-Kepler. A premissa do jogo é desenvolver a empatia em diversas simulações de negócios. São mais de 50 situações de compra, pós-venda e abordagem. Em cada uma delas, nos colocamos no papel de cliente ou fornecedor. Um participante atua como moderador para observar o desenvolvimento da discussão. Ganha o fornecedor que souber se aproximar mais do cliente. E ele só consegue este objetivo se entender a dor e a expectativa de seu interlocutor.

“Pessoas compram de pessoas”, afirmou Paula Falcão, mostrando a importância de trabalhar a empatia para não cair na armadilha de se diferenciar por preço. Nas três horas de workshop conseguimos entender o conceito, visualizar o propósito do jogo, interagir com os colegas e praticar a empatia. Foi um exercício lúdico que trouxe reflexões muito sérias para os negócios.

PS: Durante o workshop, tivemos a oportunidade também de ver o trabalho de facilitação gráfica do jogo, feito em tempo real pela Simone L. Sperhacke. Além de lindo, ajuda muito no processo de aprendizagem.

 

Para saber mais, veja as fotos da degustação do Jogo da Empatia em: https://www.facebook.com/pa.falcao/media_set?set=a.615597445161866.1073741827.100001348498988&type=1

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